Carta de Florianópolis

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CARTA DE FLORIANÓPOLIS

O II Congresso Brasileiro de Teatro, realizado entre os dias 29 e 31 de agosto na cidade de Florianópolis, Santa Catarina, reuniu trabalhadores do setor teatral de 12 Estados brasileiros e recuperou, depois de três anos, a mobilização iniciada no ano de 2011, com a realização da primeira edição do evento na cidade paulista de Osasco.

Reconhecemos que limitações materiais para a viabilização do Congresso dificultaram a almejada ampliação de sua abrangência junto ao setor teatral em seus mais diversos aspectos: regionais, de linguagem, de modos de produção, etc. No entanto, o esforço e o comprometimento da Federação Catarinense de Teatro – FECATE e do Fórum Setorial Permanente de Artes Cênicas de Florianópolis, realizadores dessa edição, garantiram que o evento desse continuidade ao processo de articulação entre os trabalhadores teatrais brasileiros.

Esta carta pretende trazer a público as deliberações deste encontro, que são fruto do intenso debate realizado em torno do tema “Diretrizes para uma Organização e Sustentabilidade do Teatro Brasileiro˜. Dirige-se fundamentalmente aos trabalhador@s de teatro do Brasil. O II CBT mostrou que, mais do que aguardar as ações do poder público, é através da mobilização do nosso setor que veremos concretizados os anseios expostos nas páginas subsequentes. É uma convocação para que tod@s nos co-responsabilizemos por nossas lutas políticas – lutas estas que puderam ser reiteradas ou que surgiram durante as discussões do Congresso.

O II CBT mostrou um sentimento comum de indignação para com o descaso dos poderes executivo e legislativo das três esferas federativas com relação às pautas da cultura. Em âmbito federal, o Projeto de Lei 6722/2010 (Procultura) mantém a lógica perversa de transferência de responsabilidade da gestão dos recursos públicos da cultura para os interesses do mercado, através do mecanismo de renúncia fiscal. Sua aprovação se arrasta por não menos do que quatro anos no Congresso Nacional. Este trâmite legislativo acumulou uma distorção em relação ao projeto inicial: o retorno dos 100% de renúncia fiscal do valor investido pelas empresas patrocinadoras que elimina a contrapartida financeira advinda do lucro das empresas, o que não estabelece uma verdadeira parceria público-privada no financiamento à cultura. Este retrocesso só não é mais desastroso porque o Artigo 55 do Procultura garante a equiparação ou superioridade orçamentária do Fundo Nacional de Cultura em relação ao montante destinado à renúncia fiscal.

Diversos documentos produzidos pelo setor teatral apontam o Prêmio Teatro Brasileiro, fruto de mais de uma década de discussões da categoria, como uma política de Estado estruturante para os elos da cadeia produtiva do teatro nacional. Sua inclusão, em 2010, no corpo da Lei do PROCULTURA (Artigo 59) despertou a esperança de que este mecanismo se tornasse realidade. Por isso reivindicamos a imediata aprovação do substitutivo da Lei enviada ao Senado pelo relator da matéria, o Deputado Federal Pedro Eugenio (PT/PE).

Os eixos temáticos discutidos foram: Infraestrutura e recursos humanos para teatro; Sistemas de financiamento; Redes de produção e circulação; Formação para o teatro; Legislação, direito e formas associativas de artistas e produtores; Comunicação, plataformas, meios e estratégias. As propostas apresentadas e as moções aprovadas constam na sequência deste documento, e são diretrizes estabelecidas como prioridades pelos trabalhador@s aqui reunid@s, e que podem guiar as ações de nossos pares em seus Estados e municípios, através de suas mais variadas formas de organização.

A realização do III CBT se dará no Estado de Goiás, no ano de 2015. A proposta retirada no coletivo caminha para a realização anual do Congresso. Um dos encaminhamentos decididos foi a criação de uma plataforma de comunicação a partir dos dados recolhidos no II CBT. Tal plataforma permitirá que os  profissionais do setor teatral possam  cadastrar seus dados e mantê-los atualizados, alimentando a organização de congressos futuros.

Florianópolis, 31 de agosto de 2014.

PROPOSTAS APROVADAS NOS EIXOS TEMÁTICOS DO II CBT

Eixo 1: Infraestrutura e recursos humanos para teatro

Que os profissionais de teatro reivindiquem que os gestores de equipamentos públicos teatrais nas esferas municipais, estaduais e federal, construam publicamente suas politicas de ocupação através de amplo debate com a categoria e do lançamento de editais voltados para atividades de núcleos teatrais de pesquisa continuada.

Que os profissionais de teatro articulem-se de forma coordenada em âmbito nacional com os agentes públicos financeiros para a criação ou reformulação de linhas de financiamento especifico à juro zero destinados a aquisição de equipamentos, construção e/ou reforma de espaços teatrais.

É crescente a demanda por ocupação de pequenos e médios espaços para a manutenção das atividades de estudos, produção e difusão pelos grupos, companhias, trupes de teatro. Nesse sentido, propomos a implementação de editais via Fundo Nacional de Cultura, articulado com os fundos estaduais ou municipais, para construção, reforma e manutenção desses equipamentos.

Eixo 2: Sistemas de Financiamento

Que os profissionais de teatro articulem-se de forma coordenada em âmbito nacional com os agentes públicos financeiros para a criação ou reformulação de linhas de financiamento especifico a juro zero, destinados a aquisição de equipamentos, construção e/ou reforma de espaços teatrais.

Os trabalhadores da área teatral devem empreender ações urgentes em âmbito municipal e estadual para a contratação e qualificação do quadro de profissionais das fundações e secretarias de cultura. Isso se faz necessário para a efetivação das políticas culturais que estão sendo implementadas pelo SNC através da capacitação dos recursos humanos envolvidos na cadeia produtiva da área teatral no âmbito da gestão pública.

Legitimação de uma política de Estado para o fomento ao Teatro através da urgente aprovação do projeto de lei PROCULTURA, em especial o Artigo que institui o Prêmio Teatro Brasileiro.

Garantia da centralidade dos Fundos Públicos no Fomento à Cultura através da sua equiparação ou superioridade orçamentária em relação à renúncia fiscal.

Uma vez que exista lei de isenção fiscal, que seja mantido o percentual mínimo de 30% de contrapartida do investidor em todas as esferas de governo: Municipal, Estadual ou Federal;

Eixo 3: Legislação, direito e formas associativas de artistas e produtores

Os trabalhadores da área teatral devem empreender ações urgentes em âmbito municipal e estadual para a contratação (preferencialmente por meio de concurso público) e qualificação do quadro de profissionais das fundações e secretarias de cultura. Isso se faz necessário para a efetivação das políticas culturais que estão sendo implementadas pelo SNC através da capacitação dos recursos humanos envolvidos na cadeia produtiva da área teatral no âmbito da gestão pública.

Incentivar os trabalhadores de teatro a criar ou ampliar , quando já existente, em seus municípios e estados, editais ou ações de intercâmbio , residência e circulação nacional e internacional buscando e interação e troca de experiências estéticas através de parcerias, a exemplo do IBERESCENA e do Prêmio Myriam Muniz.

Convocação de audiências públicas para revisão geral da Lei 6.533/78, que dispõe sobre a regulamentação das profissões de artistas e técnico em espetáculos de diversão.

Que os profissionais de teatro empreendam lutas com o intuito de viabilizar mecanismos públicos, em âmbito municipal e estadual, que fomentem circulação de espetáculos e atividades formativas na área teatral.

Que a circulação de espetáculos e atividades formativas dos profissionais de teatro se dê, prioritariamente, em articulação com redes independentes de espaços e grupos.

Além das proposições acima, que dizem respeito a este eixo, sobre redes de produção e circulação, o grupo reunido achou pertinente compartilhar:

– A necessidade da criação de ações entre os próprios grupos, tanto na articulação em rede de produção e circulação;

– A criação de um movimento forte e significativo que dê visibilidade às proposições do Congresso.

Eixo 4: Formação para o teatro

Que o movimento teatral organizado empreenda lutas no sentido de garantir a aprovação da PLS 185/2008 que institui o ensino de artes cênicas em todos os níveis do ambiente escolar brasileiro.

Abrir espaços de formação e fruição teatral dentro das escolas (ensino infantil, fundamental e médio), com a ocupação destes locais por parte de grupos, coletivos e artistas teatrais, criando ambientes qualificados de vivência/aprendizado.

Inserir o artista-professor na educação formal, integrando a modalidade do notório saber e flexibilizar as formas de reconhecimento dos diversos modos de formação do artista teatral no país (contemplando a diversidade de experiências e realidades nas diferentes regiões).

Incentivo à criação de espaços de formação técnica de profissionais em espetáculos, em modalidades como iluminação teatral, cenotecnia, técnico de som, contrarregragem, gestão e produção cultural, entre outras.

Criar formas de financiamento direto (editais) para o incentivo de ações formativas para o teatro e atividades de fruição – conectando as práticas dos artistas com os contextos sociais/históricos de cada local.

Considerando a experiência da ação integrada entre os Ministérios da Educação e o da Cultura através do Programa Mais Cultura nas Escolas, propomos que a parceria se amplie para garantir que as escolas públicas possuam espaços e profissionais apropriados e qualificados para a realização de atividades culturais que atendam tanto a própria escola, quanto aos artistas e as comunidades de seu entorno.

Eixo 5: Legislação, direito e formas associativas de artistas e produtores

Desoneração tributária das diversas formas de organização coletiva dos trabalhadores de Teatro, tais como: Cooperativas, Federações, Associações Culturais e afins.

Garantia de que as formas de organizações dos trabalhadores de Teatro Cooperativas, Federações, Associações Culturais e afins, posto que representa diversos artistas, possam inscrever em editais públicos de Cultura projetos em número igual ao de grupos ou artistas por elas representados.

Eixo 6: Comunicação, plataformas, meios e estratégias

Eleger uma comissão responsável pela comunicação do Congresso Brasileiro de Teatro (CBT), com representantes das 5 regiões do país.

Tarefas da comissão:

1 – Pesquisar uma plataforma de comunicação para o Congresso Brasileiro de Teatro. Aprovado

2  – Criar um banco de dados, dentro da plataforma do Congresso Brasileiro de Teatro, em que os  profissionais do setor teatral possam  cadastrar seus dados e manter atualizados.

3 – Comunicar por meio da plataforma do CBT o encaminhamento dado às propostas, definidas no CBT na sua região do país.

Eixo I (Diretrizes Eixo 1 e 3)

Confira as diretrizes propostas do Eixo I em relaçao ao Eixo 1 e 3, que serão votadas amanhã:

 

Propostas de resoluções do Eixo 1 – Infraestrutura para o Teatro

1) O Congresso Brasileiro de Teatro propõe como prioridade a urgente votação do PROCULTURA para fortalecimento do FNC, viabilizando assim, investimentos públicos na renovação e ampliação da infraestrutura para o teatro brasileiro, tanto no que diz respeito aos teatros, espaços alternativos e espaços abertos como ruas, praças e parques com políticas definidas voltadas a democratização do uso desses espaços.

2) Considerando a experiência da ação integrada entre os Ministérios da Educação e o da Cultura propomos que a parceria se amplie para garantir que as escolas públicas possuam espaços e profissionais apropriados e qualificados para a realização de atividades culturais que atendam tanto a própria escola, quanto aos artistas e as comunidades de seu entorno.

3) Que todos os teatros construídos e o que serão construídos com dinheiro público seja de qualquer meio como lei federal, estadual ou municipal, tenham que, necessariamente, apresentar plano de gestão que garanta um cota mínima a ser discutida amplamente para uso de coletivos independentes com política de percentual mínimo que possibilitem a democratização desses espaços. Além disso, que se criem editais públicos de ocupação desses espaços para atividades artísticas.

4) Que o Ministério da Cultura articule via Fundo Nacional de Cultura e via outros órgãos de financiamento nacionais, tais como BNDES, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, editais a fundo perdido e financiamentos à de juro 0% para a viabilização de construção, reforma e manutenção, tanto do ponto de vista de infraestrutura quanto de programação de teatros e espaços alternativos para coletivos comprovadamente estáveis que se proponham a gerir e manter programação permanente de espetáculos e atividades de formação.

5) Se faz necessário a capacitação de profissionais na área de gestão cultural nos espaços públicos de cultura nas esferas estadual e municipal, tais como secretarias e fundações de cultura, teatros e outros espaços com programação teatral.

 

RESOLUÇÕES – EIXO 3

  1. É urgente a ampliação dos recursos financeiros dos editais de artes cênicas da Funarte: Prêmio Myriam Muniz, Prêmio Carequinha, Prêmio Artes na Rua e Prêmio Klaus Vianna, adequando-se às demandas e as realidades específicas de cada estado e a diversidade do país, de modo a se inserir na visão do Sistema Nacional de Cultura. Neste sentido, propomos que o incentivo a produção e circulação de grupos e companhias de artes cênicas seja realizado com a soma de recursos da União, estados e municípios, à exemplo do que já ocorre com os editais dos Pontos de Cultura, e recentemente com a produção do audiovisual.

  2. Criação de outros mecanismos de apoio às redes independentes de grupos e companhias que fazem circulação de espetáculos e atividades formativas na área do teatro.

  3. Criação de editais de intercâmbio entre grupos, e de circulação internacional, buscando estimular a interação entre coletivos.

  4. Garantir um percentual de recursos do pré-sal para a produção, circulação, formação e infraestrutura.

APONTAMENTOS PARA O MOVIMENTO TEATRAL:

Além das proposições acima, que dizem respeito ao Eixo 3, sobre redes de produção e circulação, o grupo reunido achou pertinente compartilhar:

– A necessidade da criação de ações entre os próprios grupos, tanto na articulação em rede de produção e circulação;

– A criação de um movimento forte e significativo que dê visibilidade às proposições do Congresso.

Diretrizes Eixo III – Eixos 02 e 05

Veja aqui o texto do Eixo III ( que discutiu os eixos 02 e 05), que será colocado em votação amanhã:

 

EIXO 02- Sistemas de Financiamento

PROPOSTAS:

Sugerir que o corpo da carta trate da morosidade na aprovação do PROCULTURA e da impaciência da classe. Colocar na carta que a lei de renúncia é um sistema perverso de transferência de responsabilidade do investimento público de Cultura para os interesses do mercado. (Sugerir trecho da Carta de Osasco fortalecendo que, infelizmente, ainda falamos a mesma coisa).

  1. Legitimação de uma política de Estado para o fomento ao Teatro através da urgente aprovação do projeto de lei PROCULTURA, em especial o Artigo que institui o Prêmio Teatro Brasileiro;

  1. Garantia da centralidade dos Fundos Públicos no Fomento à Cultura através da sua equiparação ou superioridade orçamentária em relação à renúncia fiscal;

  1. Uma vez que exista lei de isenção fiscal, que seja mantido o percentual mínimo de 30% de contrapartida do investidor em todas as esferas de governo: Municipal, Estadual ou Federal;

EIXO 05: Legislação, Direitos e Formas Associativas de Artistas e Produtores.

DIRETRIZES

  1. Desoneração tributária das diversas formas de organização coletiva dos trabalhadores de Teatro, tais como: Cooperativas, Federações, Associações Culturais e afins;

  1. Garantia de que as formas de organizações dos trabalhadores de Teatro (acima citadas), posto que representam diversos artistas, possam inscrever em editais públicos de Cultura projetos em número igual ao de grupos ou artistas por elas representados.

AÇÃO

Criação de um fórum de debate para representantes de coletivos culturais;

Diretrizes EIXO II ( União dos Eixos 4 e 6)

Confira abaixo as diretrizes criadas pelo Eixo II, que serão colocadas em votação amanhã:

 

EIXO 4: FORMAÇÃO PARA O TEATRO/COMUNICAÇÃO

 1.FAZER COM QUE OS ESTADOS E MUNICÍPIOS CUMPRAM A LEI XXXX QUE PREVÊ O ENSINO FORMAL DE TEATRO NOS NÍVEIS INFANTIL, FUNDAMENTAL, MÉDIO.

2.ABRIR ESPAÇOS DE FORMAÇÃO E FRUIÇÃO TEATRAL DENTRO DAS ESCOLAS (ENSINO INFANTIL, FUNDAMENTAL E MÉDIO), COM A OCUPAÇÃO DESTES LOCAIS POR PARTE DE GRUPOS, COLETIVOS E ARTISTAS TEATRAIS, CRIANDO AMBIENTES QUALIFICADOS DE VIVÊNCIA/APRENDIZADO.

3.REVER A OBRIGATORIEDADE  DO REGISTRO DRT (DELEGACIA REGIONAL DO TRABALHO) COMO PRÉ-REQUISITO PARA PARTICIPAR DE FESTIVAIS TEATRAIS, EVENTOS, EDITAIS, INSTITUIÇÕES PÚBLICAS E PRIVADAS, ENTRE OUTROS.

4.INSERIR O ARTISTA-PROFESSOR NA EDUCAÇÃO FORMAL, INTEGRANDO A MODALIDADE DO NOTÓRIO SABER E FLEXIBILIZAR AS FORMAS DE RECONHECIMENTO DOS DIVERSOS MODOS DE FORMAÇÃO DO ARTISTA TEATRAL NO PAÍS (CONTEMPLANDO A DIVERSIDADE DE EXPERIÊNCIAS E REALIDADES NAS DIFERENTES REGIÕES).

5.INCENTIVO À CRIAÇÃO DE ESPAÇOS DE FORMAÇÃO TÉCNICA DE PROFISSIONAIS EM ESPETÁCULOS, EM MODALIDADES COMO ILUMINAÇÃO TEATRAL, CENOTECNIA, TÉCNICO DE SOM, CONTRARREGRAGEM, GESTÃO E PRODUÇÃO CULTURAL, ENTRE OUTRAS.

6.CRIAR FORMAS DE FINANCIAMENTO DIRETO (EDITAIS) PARA O INCENTIVO DE AÇÕES FORMATIVAS PARA O TEATRO E ATIVIDADES DE FRUIÇÃO – CONECTANDO AS PRÁTICAS DOS ARTISTAS COM OS CONTEXTOS SOCIAIS/HISTÓRICOS DE CADA LOCAL.

7.CRIAR UM FÓRUM PERMANENTE NACIONAL PARA DISCUSSÃO SOBRE “FORMAÇÃO PARA O TEATRO” NA CLASSE TEATRAL, INTEGRANDO ARTISTAS DE DIVERSOS CONTEXTOS E PRÁTICAS NA TROCA DE EXPERIÊNCIAS.

MOÇÃO DE ATENÇÃO: O PROGRAMA DO ‘MAIS CULTURA NAS ESCOLAS’ DEVE SER DISCUTIDO E REPENSADO A PARTIR DAS EXPERIÊNCIAS EM ANDAMENTO – COM MECANISMOS MAIS IDÔNEOS DE SELEÇÃO DOS PROJETOS, CRIANDO CRITÉRIOS CLAROS PARA A DISTRIBUIÇÃO DE TAIS RECURSOS. É UM EDITAL QUE CONTEMPLA PARCIALMENTE A CLASSE ARTÍSTICA E NÃO POSSIBILITA PARCERIAS EFETIVAS ENTRE ESCOLA E ARTISTAS. É NECESSÁRIA UMA ARTICULAÇÃO MAIOR ENTRE O MINC E O MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO DE FORMA QUE UMA VISÃO MAIS COMPLEXA DO FAZER ARTÍSTICO SEJA CONCEBIDA NA ESCOLA.

EIXO 6: Plataformas, meios e estratégias de comunicação

ENCAMINHAMENTO 1

Eleger uma comissão responsável pela comunicação do Congresso Brasileiro de Teatro (CBT), com representantes das 5 regiões do país.

Tarefas da comissão:

1 – Pesquisar uma plataforma de comunicação para o Congresso Brasileiro de Teatro.

2  – Criar um banco de dados, dentro da plataforma do Congresso Brasileiro de Teatro, em que os  profissionais do setor teatral possam  cadastrar seus dados e manter atualizados.

3 – Comunicar por meio da plataforma do CBT o encaminhamento dado às propostas, definidas no CBT na sua região do país.

ENCAMINHAMENTO 2

– Na Assembleia final do CBT, que os eixos se constituam como grupos de trabalho e formulem diretrizes de comunicação para o encaminhamento de suas propostas.

II.Formação para o Teatro e Comunicação: plataformas, meios e estratégias

O debate sobre formação teve que ser prolongado para que as diretrizes pudessem ser escritas.

Por isso, um pequeno grupo se juntou para debater sobre Comunicação – para que seja contemplada todas as questões do eixo.

No momento, os integrantes do eixo II estão redigindo suas proposições sobre a àrea de Formação para o Teatro.

 

Amanhã as diretrizes dos eixos serão apresentadas na Assembléia.

E, em breve, estas estarão disponibilizadas aqui no site.

I.Infraestrutura e Redes de Produção e Circulação

 

A discussão está  agora girando em torno dos Equipamentos de Cultura.

Fala-se sobre garantia de pauta em teatros púbicos para uso de grupos brasileiros.

Outro ponto é a questão das escolas – incentivo a usos dos espaços e criação de espaços culturais.

A necessidade de um corpo de gestores capacitado foi levantada.

Também passaram a falar sobre o incentivo a grupos (ou cooperativas) – investimento em seus espaços, financiamento e fomento. (Fomento e manutenção)

 

Amanhã os eixos irão apresentar seus encaminhamentos.

 

 

 

 

III. Sistemas de Financiamento e Legislação, Direitos e Formas Associativas de Artistas e Produtores

O Eixo III está discutindo agora os Sistemas de Financeiamento  e Legislação.

Entre os itens vigentes estão a questão do Prêmio do Teatro Brasileiro e o PROCULTURA.

Além disso, muitos dos congresssitas apresentaram um panorama da questão do incentivo ou a falta de nos seus estados.

Ainda na discussão está em debate o fim ou não da isenção fiscal. Ou a criação de novos mecanismos.

 

O debate continua….amanhã os encaminhamentos tirados nos eixos serão votados.

 

Votação do Regimento – Pontos faltantes- Eixos

A Assembleia decidiu tornar os ouvintes provenientes dos estados que estavam sem delegados ou sem todos os delegados possíveis em Delegados com voz e voto.

Decidiu-se, em seguida, unir os eixos propostos na programação. Os eixos foram distriuídos da seguinte maneira:

I. Infraestrutura e Redes de Produção e Circulação (Sala Ilha de Santa Catarina)

II.Formação para o Teatro e Comunicação: plataformas, meios e estratégias (Sala Anhatomirim)

III. Sistemas de Financiamento e Legislação, Direitos e Formas Associativas de Artistas e Produtores (Sala Ilha das Galés)

*Devido a impossibilidade de transmitir ao vivo os três eixos (falta de recurso técnico), não será realizada nenhuma transmissão neste momento.

 

Mesa de Conversa: Modos de Organização e Sustentabilidade

A mesa teve Fátima Lima na moderação.

Confira um resumo da fala de cada um dos componentes da mesa – que se tornou uma roda.

Leonardo Lessa: Precisamos rever a forma de organização, de encontros. Repetimos a mesma forma burocrática, sem prazer, nos nossos encontros e nossas representações. Os conteúdos, as pautas são claras, mas a forma é a velha.

Pronto…mudamos na hora a forma. Formou-se um círculo de conversa.

Bárbara Biscaro: Preocupa-me a ideia de institucionalizar o CBT. Precisamos buscar novas formas de nos unir. Pensar em novos modos de nos organizarmos.

Paulo Celestino: Breve explanação sobre o Modelo Cooperativista.

Buda Lira: Organização da Produção no Nordeste ( que é eficiente) e dificuldade de estabelecer diálogo com os governos.

Wanderson Lana: Movimento de Teatro (Rede em MT). Exemplo de sustentabilidade em sua cidade, Primavera do Leste, onde há uma escola de teatro,um curso de graduação e uma companhia de teatro profissional, um festival de teatro (formação de plateia).

Pablo Rodrigues (FETAERJ): Temos sim que nos organizar em cooperativas, organizações e grupos e este trabalho é importante para sustentar uma diretriz base.

Cláudio Silva (AP): Coletivo Capta. Como funciona o coletivo e como ele tenta preencher os vazios do campo teatral fazendo trocas com outros grupos do país.

Ivo Godois: Organizando uma associação de técnicos. Formação de técnicos de palco, tecnologia cênica. Comentou sobre o Laboratório de Iluminação (UDESC).

João das Neves: A forma é importante mas ela pode ser tanto autoritária numa mesa ou numa roda, se o conteúdo e os modos hierárquicos são os mesmos. Colocou que o Vale Cultura deveria existir, se existir, para todos, não apenas para trabalhadores. (Os aditos em crack [nóia], por exemplo, talvez fossem os que mais precisassem). Para lidar com os poderes instituídos temos que nos organizar, mas ao mesmo tempo é preciso também nos desorganizar, anarquizar, “colocar o bloco na rua” ( ir ao encontro e de encontro os governos).

Cássio Correia (FECATE): Citou as organizações existentes no estado de Santa Catarina. Sobre a FECATE disse que ela esta buscando recursos estaduais.

Mariane Feil (Colegiado de Teatro): Dificuldades e as lutas no Colegiado – fomos deixados sozinhos lá mas temos encaminhando moções, cartas e ações. “Palavras ao vento não resolvem” é preciso entender e lidar com a burocracia ou dizer que não se quer dinheiro público.

Assista ao vivo a mesa em: http://www.livestream.com/cbt2014

 

Programação Teatral no II CBT: hoje tem Júlia!

 

Integrando a programação do II CBT, hoje, dia 30 de agosto, será apresentado às 12h30 o espetáculo Júlia, do Cirquinho do Revirado ( Criciúma-SC).

O espetáculo é gratuito e aberto a toda comunidade.

A apresentação ocorrerá no SESC Cacupé (Estrada Haroldo Soares Glavan, 1670 – Cacupé, Florianópolis – SC) em frente ao Restaurante.

 

Julia

Foto do espetáculo

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Assista ao vivo a Mesa em: http://www.livestream.com/cbt2014

Mesa Politicas Públicas Nacionais- algumas das questões levantadas

Carta da Rede Potiguar

Relação entre FUNARTE e MinC

Centralização do Fomento na região Sudeste.

Centralização do Fomentos nas capitais.

Falta de comunicação entre o MinC, Funarte e os Conselhos MUnicipais e Sociedade Civil

Questionamentos sobre o Vale-Cultura.

 

Assista ao debate ao vivo em: http://www.livestream.com/cbt2014

 

 

 

 

 

 

Assista ao vivo a Mesa em: http://www.livestream.com/cbt2014

Mesa Politicas Públicas Nacionais- algumas das questões levantadas

Carta da Rede Potiguar

Relação entre FUNARTE e MinC

Centralização do Fomento na região Sudeste.

Centralização do Fomentos nas capitais.

Falta de comunicação entre o MinC, Funarte e os Conselhos MUnicipais e Sociedade Civil

Questionamentos sobre o Vale-Cultura.

 

Assista ao debate ao vivo em: http://www.livestream.com/cbt2014

 

 

 

 

 

 

Assista ao vivo a Mesa em: http://www.livestream.com/cbt2014

Mesa Politicas Públicas Nacionais- Juca Rodrigues

 Juca Rodrigues em sua fala apresentou a situação do debate das políticas públicas para a cultura, num entre o MinC e a sociedade civil. Falou também da tramitação da PEC 150.

Principalmente, abordou a dificuldade dos Conselhos de Cultura de estabalecer colegiados e ter, assim, um maior diálogo com a sociedade civil. A ferramenta existent eé muito frágil, disse,  e-mail, facebook. Mas é preciso mais. O Sistema Nacional de Cultura precisa ter uma efetividade em sua proposta tripartícipe. Disse que muitos muníciios assinaram o SNC mas poucos compreendem o que ele significa.

Juca disse que não há uma divisão entre sociedade civil e poder público mas sim há uma necessidade que as políticas públicas saiam do papel e alcancem os diversos atores da sociedade civil.

 

Assista ao vivo a Mesa em: http://www.livestream.com/cbt2014

 

 

 

 

 

Assista a mesa ao vivo em: http://www.livestream.com/cbt2014

Mesa Politicas Públicas Nacionais – Antonio Gilberto

Antonio Gilberto iniciou sua fala apresentando os espaços  culturais da FUNARTE no país e os editais de ocupação dos mesmos. Em seguida, falou do edital Myriam Muniz, que, segundo ele, precisa de uma ampliação na premiação, tanto no fomento quanto na produção. No teatro, a FUNARTE (em parceria com o MinC) está presente também em relações internacionais, como, por exemplo, o ano do Brasil em Portugal, onde diversos grupos teatrais se apresentaram em Portugal e, como consequência, abriram portas para a Europa.

Para finalizar, disse que a FUNARTE e o MinC estão dispostas a ampliar o fomento à cultura no país.

 

Assista ao vivo a Mesa em: http://www.livestream.com/cbt2014

Mesa Politicas Públicas Nacionais – Ivan Domingues

Ivan Domingues (Secretario de Fomento e Incentivo à Cultura   ). Iniciou sua fala comentando sobre a secretaria, a Lei Rouanet e seus números, no limiar da implementação do PROCULTURA (disse  que já esta na mesa do senado, com realtoria de José Sarney e que a ministra Marta Suplicy está apoiando totalmente o programa).

Em seguida, falou sobre o PROCULTURA, e seus objetivos – o principal é a universalização da produção da cultura e o fortalecimento do Fundo Nacional da Cultura.

Já o Vale Cultura, seria, disse, a outra ponta da cultura, o fomento ao consumo. Ivan Neves apresentou, através de projeção, estátisticas sobre o Vale Cultura: indicadores de exclusão cultural,  a situação atual do vale-cultura (240 mil trabalhadores, 22 mil empresas, 29 milhões de reais consumidos- a maior parte dele no setor de livros, jornais e revistas.

Ivan Domingues finalizou dizendo que deixaria para o II CBT sua aprsentação do Vale Cultura.

 

Assista ao vivo a Mesa em: http://www.livestream.com/cbt2014

 

E o II CBT começa…

Participantes do Congresso

Sexta-feira, dia 29 de agosto de 2014, o II Congresso Brasileiro de Teatro teve início.

Hoje, dia 30, o II CBT continua. Às 09h00 a programação continua com a Mesa Políticas Públicas Nacionais. A mesa terá como convidados Ivan Domingues (Secretário de Fomneto e Incentivo à Cultura – MinC); Magali Guedes Moura ( Coordenadora-Geral do CNPC); Jucca Rodrigues (Conselho Nacional de  Gestores Municipais).

 

 

João das Neves – Conferência de abertura

João das Neves iniciou sua Conferência falando da mudança que ocorreu no teatro brasileiro com a fundação do TBC e com o surgimento de novos grupos influenciados por este.

Do TBE ao Arena e aos Centro Populares de Cultura (CPC).

Com  o golpe militar de 1964, todos os CPC´s foram abolidos. João  perguntou-se como seria o Brasil hoje se os CPCs tivessem continuidade. Lembrou que muitos nomes importantes de nossa cultura iniciaram suas carreiras nos Centros Populares de Cultura.

Falou então do surgimento do grupo Opinião, do qual fez parte. Opinião foi o nome do primeiro espetáculo do grupo. Quem não se lembra de João do Vale, Zé Ketti e Nara Leão cantando no show Opinião? [Clique aqui e ouça Nara Leão cantando].

E, como não podia deixar de mencionar, falou sobre a Censura no Brasil.

Comentou, por exemplo, sobre o espetáculo Calabar, dirigido por Fernando Peixoto, com uma produção custosa,  que foi proibido na véspera de sua estreia. Isso aconceteu com muitos grupos e no Brasil inteiro, e a classe teatral começou a reagir, lembra João das Neves.

Disse que apesar da Censura e todas as restrições, apesar de tudo, havia uma grande efervescência teatral. E o teatro no  Brasil começou a se organizar.

E chegando aos dias de hoje, afirmou que vivemos em uma certa ditadura, a ditadura econômica. Criticou os incentivos, que determinam o que deve ser feito nas artes. (As pessoas só conseguem realizar seus projetos através das empresas e as empresas determinam o que deve ser realizado).

Por fim, disse que este Congresso ( II CBT) deve servir para discutir estas questões, nos unir e coletivamente buscar saídas desta ditadura econômica, desta democracia unívoca em que nos encontramos.

“Nós temos que nos unir. Nos temos que discutir nossos problemas com clareza. […]. Cultura não é indústria. […].”  João das Neves.

 

 *Todo o II CBT está sendo transmitido ao vivo através do http://www.livestream.com/cbt2014.

 

 

 

 

 

 

 

 

CARONAS SOLIDÁRIAS

Estamos organizando caronas solidárias para o II CBT.

 

Logo na entrada do evento há um Quadro de Avisos  onde as pessoas que possuem veículo podem deixar nome, telefone e região onde mora – para que as pessoas que morem perto possa entrar em contato e combinar uma carona.

 

 

carona-solidaria

REFEIÇÕES – SESC CACUPÉ

– Participantes  hospedados no SESC Cacupé, têm todas as refeições  inclusas nas diárias.

-Participantes não hóspedes podem utilizar-se da lanchonete (localizada próxima à piscina) e do restaurante. O valor do almoço é de R$30,00 o quilo em dias de semana e R$36,00 o quilo sábados, domingos e feriados.

HORÁRIOS DO RESTAURANTE DO SESC

Almoço: 11h30-15h00

Jantar: 19h00-21h00